quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ayrton Senna-Os 50 anos do herói do Brasil

Em 1985 o Brasil precisava de heróis. Havia 15 anos que a seleção não ganhava uma copa do mundo, estávamos saindo de 29 anos de ditadura militar e logo no início do ano eu chorei pela 1ª vez na frente de uma televisão.  Chorei como se tivesse perdido o meu próprio avô. Havíamos perdido o pivô de todo o processo de retorno a democracia no país. Morria, Tancredo Neves. Foi uma época em que o Brasil, saindo de 29 anos de ditadura militar, ficou órfão mais uma vez . Na política, Tancredo, nos esportes, já havia uma década e meia que o Brasil havia ganho uma copa, e eu era dessa geração que nasceu sem heróis de infância. Precisávamos de alguém. O país precisava de alguém. Foi então que todos os olhos começaram a se voltar para um jovem piloto que havia estreado na Fórmula 1 no ano anterior. Apesar de Nelson Piquet ter ganho os campeonatos mundiais de ’81 e ’83, seu jeito recluso e uma quase-fama de “bad boy” não faziam dele o candidato ideal a ser o próximo herói nacional.
Senna, ao contrário, era o tipo de pessoa a quem um pai entregaria sua própria filha sem pensar 2 vezes. Bom garoto, batalhador, empresário de sucesso e filantropo. Em 1984 vindo da Fórmula 3 britânica, o garoto que começou a correr de kart com apenas 4 anos de idade e aos 17 já era campeão sul-americano da categoria, fazia sua sua estreia na categoria maior do automobilismo mundial na Toleman, que mais tarde se transformaria na Benetton. Ayrton, no entanto, só venceria o seu 1º Grand Prix, correndo pela inglêsa Lotus, em Portugal no ano seguinte. O 1º de muitos outros que viriam mas, naquele ano, ele só voltaria a ouvir o hino nacional por sua causa, vários meses depois no GP da Bélgica. No ano seguinte seriam novamente 2 vitórias, ainda pela Lotus. Mesmo assim, o talento do jovem piloto já era reconhecido por todos. Sua sorte só mudaria em 1988 com sua contratação pela McLaren, na época a melhor equipe da F1. Neste ano foram 8 vitórias e o 1º campeonato mundial. Ele voltaria a ganhar outras 3 vezes em 1990 e em 1991.
O piloto Ayrton Senna todo mundo conhecia, mas fora das pistas ele também brilhava. Empresário correto, patriota  – “O fato de ser brasileiro só me enche de orgulho.” – e sempre preocupado com as condições de vida da população brasileira e especialmente das crianças. Foi pensando nelas que poucos meses antes do trágico acidente que lhe tiraria a vida, anunciou sua intenção de fazer algo de concreto para melhorar sua situação. Seu sonho foi cortado pelo muro no circuito de Imola, na Itália onde viria a falecer em um acidente trágico provocado por uma falha mecânica, a coluna de direção se quebrou e o piloto perdeu o controle do carro batendo a mais de 200km/h no muro de proteção.
Depois do acidente, a família de Ayrton Senna resolveu levar a cabo seu sonho de ajudar as crianças e oInstituto Ayrton Senna foi criado. O IAS sobrevive com o que é arrecadado com os direitos de uso da marca Senna, que sempre é ligada a novas tecnologias. Com a ajuda de mais de 51 mil voluntários no país inteiro o Instituto já investiu mudou a vida de quase 1 milhão de crianças e adolescentes em 463 municípios de 25 Estados brasileiros

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