sexta-feira, 29 de abril de 2011

A incrível primeira vitória de Ayrton Senna na F1:

Em 1985, Ayrton Senna realizava a sua segunda temporada de Fórmula 1 e competia pela lendária equipe Lotus, que na época contava com os motores Renault para impulsionar os seus carros. Esta combinação foi fundamental para que Ayrton obtivesse a primeira das 41 vitórias de sua fantástica carreira.

O Grande Prêmio de Portugal de 1985 será sempre lembrado como um dos momentos mais brilhantes da carreira do brasileiro Ayrton Senna. Naquela corrida, sob condições de tempo dramáticas, Ayrton conduziu seu Lotus de motor Renault a uma vitória histórica. Seria também a primeira conquista de um GP da carreira de Senna, que viria a somar 41 primeiros lugares – quatro deles obtidos com motores Renault. Naquele dia em Portugal, com apoio da fábrica francesa, o brasileiro confirmava sua condição de futura grande estrela da constelação da Fórmula 1.

A vitória foi especial para Senna e para a Renault, assim como para a equipe Lotus, não apenas pelo fato esportivo em si. Mas especialmente pelas condições de dificuldade extrema com que foi obtida. A chuva foi muito forte e variou de intensidade, modificando de forma constante as condições do asfalto. Isso dificultou o estabelecimento de qualquer estratégia de corrida, além de complicar a percepção do nível de aderência da pista à frente. 

Mas não fosse um problema em um pneu, o resultado seria ainda mais positivo para a Lotus/Renault: o italiano Elio de Angelis, parceiro de Ayrton na equipe, ocupou a vice-liderança da prova até que o problema lhe tirou as chances de lutar pelo segundo degrau do pódio. Este fato sublinha a boa condição da combinação Lotus/Renault nas condições adversas daquela corrida. Mas foi Ayrton quem soube extrair o máximo deste potencial.

Senna dominou os treinos e cravou a pole position. Este fato, porém, não fazia prever uma prova tranqüila – como ficou provado mais tarde. Ayrton largou bem e manteve a dianteira. O Lotus/Renault respondia positivamente tanto nas retas quando nas curvas. Mas o brasileiro confessou que, devido à quantidade de água que caía insistentemente, ele limitou-se a acelerar somente quando o carro já estava em linha reta (depois da saída da curva) e totalmente equilibrado.

Além disso, para evitar patinagem, ele engatava uma marcha imediatamente inferior à que seria usada em condições normais, caracterizando uma pilotagem muito mais cuidadosa do que se poderia esperar. “O principal problema desta corrida foi a constante mudança das condições da pista, por causa das variações da quantidade de chuva”, comentou o próprio Senna, após a prova. “As condições de pilotagem eram muito piores que as de Mônaco. Esta corrida deveria ter sido interrompida”, completou o brasileiro, referindo-se ao GP de Mônaco de 1984, também sob forte chuva, que foi interrompido quando Ayrton se preparava para ultrapassar o McLaren de Alain Prost e, assim, tomar a liderança. Ao volante de um Toleman, naquela ocasião Senna já revelava à F1 seu enorme controle sobre o carro em piso molhado. Mas seria apenas um ano depois, em Portugal e com o Lotus/Renault, que este potencial se transformaria na primeira vitória.

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